A listaNeila Baldi style="width: 25%; float: right;" data-filename="retriever">
Faça uma lista de grandes amigos CENSURA Na ditadura, jornais publicavam poemas e receitas no espaço no qual deveriam estar matérias - que tinham sido censuradas. Era o modo de mostrar que algo estava errado. Oficialmente, vivemos em uma democracia, governada por militares. E a censura ocorre em vários momentos, inclusive quando um professor ou professora sofre sanções por suas posições políticas. Ações arbitrárias e autoritárias daquela época voltaram. Os constantes ataques à autonomia universitária e o desrespeito às listas tríplices são um exemplo. #EleNão nomeia reitores ou reitoras alinhadas ao seu governo, sem respeito à decisão das comunidades acadêmicas. Oportunistas se aproveitam de brechas legais para desrespeitar a democracia interna e terem seus nomes incluídos na lista. Nossas listas, como diz a canção de Oswaldo Montenegro reproduzida acima, mudam. Mas no topo da minha estarão sempre: democracia e justiça social. Por isso, penso na lista de 124 pessoas que escolherão quem está na lista tríplice para a reitoria da Universidade Federal de Santa Maria (UFSM). Daqui a 10 anos, em que lista estarão esses conselheiros e conselheiras? Do lado certo da história, da defesa da democracia? Quero estar na lista daqueles e daquelas que defenderam a democracia e que lutaram para mudar a legislação - que permite que pessoas menos votadas sejam nomeadas por estarem na lista tríplice - e fazer com que todos e todas da comunidade acadêmica tenham voz e voto. E não apenas na lista de 124 privilegiados e privilegiadas que podem escolher por quase 30 mil.
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CPI da caverna Noemy Bastos Aramburú style="width: 25%; float: right;" data-filename="retriever"> Quando se está grávida, parece que todas as mulheres resolveram engravidar. Quando se está com o braço engessado, parece que todas as pessoas resolveram cair e se quebrar. Quando se tem uma determinada marca de carro, parece que aquela marca é a que mais se vê mais nas ruas. Ganhamos bebê e as grávidas somem, tiramos o gesso e os quebrados desaparecem, trocamos de carro e aquela marca de carro deixa de ser a mais comprada. Mas, na realidade, o que mudou? Nossa visão e foco. Somos tão egocêntricos, que o mundo parece girar ao nosso redor. Este aspecto, nestas situações, parece nada importante, pois o meu braço, o meu carro ou a minha gravidez não afeta o outro. Mas e quando o fato diz respeito ao nosso modo de pensar, aos nossos conceitos e ao nosso partido político? A resposta é: depende. Se você faz parte dos que possuem um coração que bate verde e amarelo, se você luta pelos bons costumes, você será taxado como louco, como aconteceu com o prisioneiro solto em "O Mito da Caverna de Platão". A obra narra a história de filósofos que estavam acostumados com as sombras da escuridão. São conformados, pois sombras e silhuetas, ou seja,meros esboços da realidade, era tudo o que sempre viram. No entanto, uma dia, um deles resolve fugir, e,ao sair da "caverna", descobre uma nova realidade, cheia de vida e cores. Nesta fuga, depara com o verdadeiro mundo novo, com tantas alegorias, vendo a luz e o reflexo do sol em todas as coisas. O habitante percebe, agora, que estas novidades são a realidade. Mas, para se sair da "caverna", temos que nos despir do egocentrismo. ACORRENTADOS O personagem fica triste ao pensar nos irmãos que ainda permanecem na "caverna", reféns da ignorância, acorrentados na escuridão. Assim, decide retornar a fim de libertá-los das correntes que os prendiam à escravidão. Ledo engano acreditar que seria entendido, pois, ao voltar à "caverna" e ao contar as boas novas aos irmãos, relatando as novidades, é taxado como louco, ignóbil, genocida e fascista. Então, ele se cala, pois entende a limitação dos irmãos, já que possuem uma visão imperfeitas de uma pequena parcela da realidade. Se, por um acaso, Platão e Nelson Rodrigues estivessem na CPI desses prisioneiros, Platão diria que os graus de conhecimento entre os que estão na "caverna" e os que saíram, justifica a discussão. Já Nelson Rodrigues iria mais longe. Ele concordaria com Platão e diria: "Os idiotas vão tomar conta do mundo; não pela capacidade, mas pela quantidade. Eles são muitos.".
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